Motoboys na Cidade de Saigon - Uma das maiores cidades doVietnã do Sul
Neste espaço podemos comentar sobre diversos assuntos, inclusive sustentabilidade e política.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Atitudes positivas: por uma cidade mais civilizada em 2013
Geraldo Soares: "Melhor indicador de civilidade é ver como as pessoas se comportam no trânsito"
Civilidade. Segundo
o dicionário online Michaelis, o termo significa "um conjunto de
formalidades observadas pelos cidadãos entre si quando bem educados; boas
maneiras". Também pode simbolizar "atenção, cortesia, etiqueta,
polidez" ou ainda "delicadeza".
"Salvador
precisa de um choque de civilidade", decreta o sociólogo e professor da
Ufba Geraldo Ramos Soares, que atualmente coordena na universidade os projetos
de extensão "Educando Educadores" e "Sociologia da Solidariedade
".
Para Geraldo, o
exercício da civilidade é o resultante entre as relações entre as pessoas e
também como o poder público organiza o interesse da sociedade. "Veja
o transito de Salvador. É horrível. As pessoas buzinam sem necessidade. É uma
ausência de limite. O melhor indicador de civilidade de uma cidade é ver como
as pessoas se comportam no trânsito. Mas vale também para o pedestre".
O professor deixa
claro que existe, nos tempos atuais, "uma crise geral da sociedade"
no mundo, mas que, mesmo dentro deste contexto, a questão acaba afetando os
habitantes de Salvador de uma forma particular, devido a causas como a
desigualdade social e a falência da escola pública, entre outras.
"Ninguém dá
aquilo que não tem. Você não pode respeitar o outro se você não se respeita. É
preciso aprender a se cuidar para, então, cuidar da cidade. Tudo isso começa no
indivíduo, em assumir a responsabilidade de deixar o seu quarto arrumado, não
deixar lixo na praia. Não que eu esteja menosprezando as ações coletivas. Elas
podem e devem acontecer simultaneamente".
Segundo o
sociólogo, o fato de Salvador ter sido malcuidada nas últimas administrações
acaba deixando a população da cidade sem autoestima, agravando a
situação. "Se o governo não dá o exemplo, acaba entrando a lógica que
se ninguém cuida, não sou eu que vou cuidar. Precisamos transformar esse ciclo
vicioso em um ciclo virtuoso. O estado e a prefeitura precisam quebrar essa
lógica autodestrutiva. Se eu fosse o novo prefeito, minha primeira medida seria
promover esse choque de civilidade, fazer entender que a população também
tem que ter essa responsabilidade".
Para Geraldo, uma
das medidas poderia ser, em um primeiro momento, endurecer algumas normas de
convivência coletiva, além de incentivar ações exemplares.
"Por exemplo:
ser mais rigoroso com quem não respeita a faixa de pedestre e a faixa de
ônibus, fazer cumprir normas básicas que não são cumpridas. Estabelecer melhor
quais são os limites e as funções de cada um. As coisas estão bagunçadas,
precisamos entender que compartilhamos um passado que é um patrimônio comum,
respeitar nossos ídolos. Mas pregações não bastam. O que importa é o que cada
um de nós faz, cuidar de si e de onde você circula. Nisso, a nova prefeitura
pode desenvolver campanhas com os bons exemplos. Essas coisas contaminam".
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Oncologia: tabela do SUS ganha acréscimo de 11 procedimentos
Aline
Leal, Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Saúde anunciou nesta
quarta, 2, a inclusão de 11 procedimentos cirúrgicos oncológicos na tabela do
Sistema Único de Saúde (SUS). Até agora, eram 121 tipos de procedimentos nesta
área. O governo vai gastar 121% a mais do que em 2011, somando R$ 380,3 milhões
para cirurgias oncológicas.
Os novos
procedimentos autorizados são linfadenectomia mediastinal, linfadenectomia
seletiva guiada - mais conhecida como "linfonodo sentinela",
reconstrução para fonação (a tabela do SUS incluía a prótese, mas não o ato
operatório da sua implantação), traqueostomia transtumoral, ressecção de
pavilhão auricular, ressecção de tumor glômico, ligadura de carótida,
colecistectomia, ressecção ampliada de via biliar extrahepática, reconstrução
com retalho osteomiocutâneo e timectomia.
Entre 2010 e 2012,
os gastos do governo federal com assistência oncológica aumentaram 26%,
passando de R$ 1,9 bilhão (em 2010) para R$ 2,4 bilhões (estimativa de 2012).
Cientistas estudam substância para tratar a esquizofrenia
Fernanda
Cruz | Agência Brasil
Um grupo de cientistas
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto investiga o uso de canabidiol contra
a esquizofrenia. Essa doença, que distancia o paciente da realidade, tem as
causas desconhecidas pelos cientistas, o que a torna, na visão da maioria dos
médicos, uma patologia de difícil tratamento. Canabidiol é considerada um
canabinóide, ou seja, faz parte dos 80 componentes presentes na planta Cannabis
sativa (maconha). No entanto, diferentemente do canabinóide Delta 9 -
Tetrahidrocanabinol (THC), que é o responsável pelos efeitos típicos da planta
- alucinógenos e estimulantes - o canabidiol não produz essas sensações.
De acordo com
Antonio Waldo Zuardi, professor titular de psiquiatria da Faculdade de Medicina
de Ribeirão da Universidade de São Paulo (USP), o canabidiol foi usado em
diversos estudos com animais e humanos, os quais sugeriram que a substância
pode atenuar sintomas psicóticos.
Zuardi, que é
coordenador da pesquisa desenvolvida pelo seu grupo, conta que começou a
estudar a substância em 1976, durante o doutorado que fez na Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp). "Desde então, essas pesquisas são feitas
na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, onde estou desde 1982", disse.
O estudioso explica
que o canabidiol é alvo de pesquisas de muitos cientistas brasileiros e também
do exterior. "Este ano, foi publicado um estudo realizado por um grupo de
pesquisadores alemães, que mostra que o canabidiol diminuiu os sintomas de
pacientes esquizofrênicos de forma semelhante a outro antipsicótico já
conhecido", disse.
Segundo o
pesquisador, a substância tem a vantagem, em relação ao medicamento já
existente, de apresentar baixa propensão a produzir efeitos colaterais
indesejáveis. Além de apresentar sinais de eficácia na redução de sintomas
psicóticos, a utilização do canabidiol é estudada em outros quadros, como
transtornos de ansiedade, doença de Parkinson, sono, abstinência de drogas e
como anti-inflamatório.
O pesquisador
alerta, porém, que outros componentes da Cannabis sativa, como o THC, podem ser
maléficos. "Eles podem produzir sintomas psicóticos em indivíduos
saudáveis e agravar os sintomas da esquizofrenia", explica Zuardi. Por
isso, o THC é visto como um componente psicotomimético, ou seja, produz
sintomas semelhantes aos observados nas psicoses. "O THC em doses elevadas
produz esses sintomas, mas o mesmo não ocorre com o canabidiol. Por isso, ele é
considerado não psicotomimético", disse.
A combinação do
canabidiol com o THC, explica Zuardi, é liberada em diversos países para uso em
pacientes com esclerose múltipla, com a função de diminuir a espasticidade
(distúrbio motor caracterizado pelo aumento do tônus muscular). Para as outras
indicações, como a esquizofrenia, porém, o desenvolvimento de um medicamento
necessita de mais estudos que comprovem os seus efeitos. "Embora
animadoras, as evidências ainda são insuficientes para que o canabidiol possa
ser utilizado na clínica. Para isso, serão necessários estudos com número muito
maior de pacientes", acrescenta.
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